Como o design instrucional na educação pode influenciar o aprendizado

O design instrucional na educação permite a criação de um ensino mais personalizado e interativo, garantindo uma maior eficácia no aprendizado. Neste post, vamos analisar alguns  conceitos importantes, benefícios e aplicações práticas de como trabalhá-lo em sua instituição de ensino. Confira!🧑‍🎓📖

Leitura: 5 minutos

Introdução

No universo em constante transformação da educação, acompanhar as demandas dos alunos e as inovações tecnológicas é crucial para o sucesso educacional. É nesse cenário que o design instrucional se apresenta como bússola para a criação de experiências de aprendizado impactantes, envolventes e personalizáveis.

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O que é design instrucional?

De forma simplificada, o design instrucional pode ser entendido como uma metodologia usada na criação de conteúdos de aprendizagem, que devem ser personalizados e otimizados de acordo com cada contexto abordado. Resumidamente, é a arte de arquitetar experiências de aprendizado sob medida, entrelaçando princípios pedagógicos com recursos inovadores.

Imagine um documento dinâmico, com vídeos,  imagens e botões com funcionalidades. Já deve ter se  deparado com algo assim em algum momento, esse é um exemplo de design instrucional!

Através de um processo meticuloso, o design instrucional mapeia as necessidades dos alunos, define objetivos claros e traça o roteiro para alcançar esses objetivos de forma eficiente e significativa.

Essa área pode ser dividida em algumas partes, pois envolve projetos do início ao fim:

  • Análise das necessidades;
  • Planejamento;
  • Desenvolvimento;
  • Implementação de atividades;
  • Avaliação do aprendizado.

É uma área em constante crescimento e evolução, ganhando destaque no mercado, e sua utilização dentro das instituições de ensino é muito útil. Afinal, conteúdo original, baseado na própria realidade da IE, agrega bastante valor.

Benefícios do design instrucional na educação

1 – Personalização do aprendizado: Permite adaptar os materiais educacionais às necessidades individuais dos alunos, promovendo um aprendizado mais eficaz.

2 – Engajamento aumentado: Materiais bem desenhados são mais envolventes e motivadores, ajudando a manter os alunos interessados e participativos.

3 – Melhoria na retenção de conhecimento: Estratégias de design instrucional eficazes ajudam os alunos a reter e aplicar o conhecimento de maneira mais eficiente.

4 – Eficiência: Reduz o tempo e os recursos necessários para desenvolver e implementar materiais educacionais, garantindo um uso mais eficiente dos recursos educacionais.

Modelos de design instrucional

Existem diversos modelos de design instrucional que ajudam a estruturar o desenvolvimento de materiais educacionais. Entre os mais conhecidos estão:

Modelo ADDIE

Design instrucional na educação entenda como trabalhá-lo - Rubeus

Modelo SAM (Successive Approximation Model)

  • Uma abordagem mais ágil e interativa em comparação com o ADDIE, focada em prototipagem rápida e feedback contínuo.

3 premissas indispensáveis do design instrucional

É possível afirmar que o design instrucional possui 3 premissas básicas que constroem esse conceito: Conteúdo, recursos tecnológicos e design.

I. Conteúdo

Conteúdo se refere ao que deve ser ensinado. O designer instrucional, nesse caso o professor, não pode se limitar ao conhecimento técnico da área, ele precisa estar numa constante fase de aprendizado.

O conteúdo a ser produzido nos projetos não chega de um jeito “processado”, o professor precisa entender o que será ensinado e planejar para que fique intuitivo e simplificado.

II. Recursos tecnológicos

Muitos recursos tecnológicos e plataformas estão disponíveis para a criação dos projetos. Há uma variedade de opções, desde sites, como o Canva, softwares como Photoshop, e ferramentas como Inteligências Artificiais e dispositivos de realidade virtual e realidade aumentada.

Mas só porque há uma variedade de recursos, não significa que todos devem ser usados em qualquer projeto. O designer instrucional deve ter a capacidade de análise para ver quais ferramentas e softwares serão usados em cada caso e em cada contexto.

Projetos mais complexos podem envolver até programadores, por exemplo, pois com a programação muitas limitações técnicas deixam de existir, e as ideias do designer podem ser colocadas em prática da maneira que foram pensadas.

III. Design

Obviamente o design gráfico tradicional não fica de fora do design instrucional. A maioria dos projetos tem a sua entrega final através do design, podendo ser apresentações ou documentos interativos, pensando sempre na usabilidade, na experiência do usuário (UX – User Experience) e na interface do usuário (UI – User Interface).

Pilares do design instrucional na educação

Agora que já conheceu as 3 premissas que formam o conceito do design instrucional, veja os pilares que formam o seu processo, do início ao fim dos projetos:

I. Análise das necessidades de aprendizado

O designer instrucional deve saber conduzir entrevistas. A coleta de requisitos com profissionais da área do projeto é fundamental. A partir das conversas, das perguntas e dúvidas sanadas que o material bruto para a criação do conteúdo será coletado.

Dessa forma, tendo reunido um grande material com os entrevistados — que na área educacional geralmente são os professores — o designer instrucional poderá “filtrar” para entregar o conteúdo de uma maneira leve e didática para os alunos.

Por exemplo, imagine um cenário na educação básica em que a instituição de ensino decida fazer um projeto com o ensino fundamental. Nesse projeto, querem um conteúdo para cada disciplina de cada ano. Seria um projeto grande, e teria que envolver uma equipe de designers instrucionais, pois cada conteúdo teria que ser tratado como um projeto individual, com necessidades particulares e níveis de ensino diferentes, ao mesmo tempo que teria que manter um padrão visual e didático.

As disciplinas tradicionais do ensino fundamental são:

  • Língua Portuguesa;
  • Matemática;
  • História;
  • Geografia;
  • Ciências;
  • Arte;
  • Educação Física;
  • Ensino Religioso (facultativo).

8 disciplinas, com 9 anos, seriam 72 materiais diferentes para os alunos da instituição, podendo ser utilizados, reutilizados e atualizados a cada ano!

II. Planejamento

“Para onde vamos? Como chegaremos lá? Como vamos saber se já chegamos?”. Essas são perguntas que direcionam o planejamento.

Tendo em mente o que será entregue, como o projeto será feito e saber quando já está pronto, com a qualidade desejada sem faltar nada e sem excessos desnecessários é o que a etapa de planejamento define.

Ter um plano é ter um norte, seguir sem perder a direção, mesmo que falte criatividade em alguns momentos, nunca se perde de vista o objetivo principal.

Os planos podem ser simples ou complexos, muitos fatores precisam ser levados em conta, alguns deles são:

  • O perfil dos alunos (persona e público-alvo);
  • O nível de conhecimento na área que será estudada (básico, intermediário ou avançado);
  • O tempo que o aluno irá dedicar ao curso de uma maneira constante (isso define o tamanho dos capítulos e módulos dos cursos);
  • Como os alunos irão estudar;
  • Modalidade (presencial, on-line ou híbrido);
  • Plataforma (apostila, mobile, desktop);
  • Formatos de avaliação e pontuação (pode ser usada a gamificação);
  • Feedback (dentro do curso, um espaço para o aluno ir avaliando cada parte pode ser uma boa);
  • Engajamento;
  • Aprendizagem experimental.

III. Desenvolvimento de estratégias

Nessa etapa, o plano geral já existe, então é o momento de definir estratégias para que tudo saia de acordo com o que foi planejado. O desenvolvimento de estratégias de certa forma também é uma etapa de planejamento, porém mais específica e direcionada para a ação.

Logo, fica numa categoria separada, pois dependendo do projeto e do método do designer instrucional, as estratégias já podem ser desenvolvidas e testadas, ao invés de serem completamente planejadas antes de serem implementadas.

No desenvolvimento de estratégias, são pensadas em várias possibilidades de recursos que podem ser utilizados, como os materiais didáticos, os sites, softwares e plataformas, além da estrutura do curso, se utilizará vídeos ou se o foco será em imagens ou gifs, por exemplo.

IV. Implementação das atividades

Não importa a área de atuação do projeto, se é tecnologia, biologia, matemática, engenharia ou direito, sempre haverá alguma atividade ou desafio no processo de aprendizagem do design instrucional na educação.

Implementar atividades dinâmicas, que ajudem a fixar o conteúdo na mente dos alunos é uma prática essencial.

Diferentes contextos vão precisar de implementações diversificadas. Alguns conteúdos podem ser puramente teóricos, enquanto outros precisam de prática (como programação ou arquitetura), e existem aqueles que se misturam, como um conteúdo de química.

A experiência de aprendizagem pode ser uma ótima aliada na implementação de atividades do design instrucional, pois através dela o designer pode se inspirar para preparar atividades que façam o aluno “colocar a mão na massa”.

V. Avaliação do aprendizado

Talvez a etapa mais importante do conteúdo é a que o aluno entenda se conseguiu ou não absorver o que foi ensinado ao longo dos módulos.

Por isso a implementação de atividades é tão importante, pois os estudantes irão perceber os pontos fortes e fracos ao longo do caminho. Desse modo, chegando na avaliação final, os estudantes já se sentem preparados.

5 dicas para utilizar o design instrucional na educação

Existem muitos conteúdos produzidos por designers instrucionais disponíveis na internet, pagos e gratuitos.

Mas as instituições de ensino também podem desenvolver os próprios conteúdos para disponibilizar apenas para os seus alunos, ou para disponibilizar para o público geral, com descontos, sorteios ou até mesmo gratuitamente. Na verdade, pode ser uma ótima abordagem de marketing de conteúdo, utilizada na captação de alunos da sua instituição!

Vamos as dicas:

I. Conheça seu público-alvo

Não importa se é um conteúdo para o ensino fundamental, médio ou cursos superiores, um público-alvo sempre deve ser definido para uma boa construção de conteúdo de design instrucional.

Além disso, a definição e utilização da persona, como um aluno ideal retirado do público-alvo, pode ser um método muito útil para a criação de um conteúdo mais direcionado.

🔗 Aproveite para conferir nosso blog post sobre a criação de personas:

CTA 11 exemplos de personas para ies - Blog post Rubeus
Blog post Rubeus

II. Tenha objetivos claros de aprendizagem

Saber o que se quer alcançar, o nível do ensino e da profundidade que será entregue no projeto, é fundamental para a atender as necessidades dos estudantes.

Por exemplo, é possível utilizar o design instrucional para projetos focados na recuperação dos alunos. Quais são as principais dúvidas que os alunos possuem em determinada disciplina? Um conteúdo direcionado para isso sendo disponibilizado no início do semestre, pode impedir que muitos alunos cheguem até a recuperação, ou até mesmo a dependência, o que é extremamente vantajoso para a gestão da permanência.

III. Abordagem focada no aluno

Alguns conteúdos podem ser trabalhados seguindo padrões que geram engajamento entre os estudantes, como  redes sociais: Instagram e TikTok, por exemplo.

A gamificação também deve ser considerada. Imagine um conteúdo sobre educação financeira, nesse projeto o aluno poderia personalizar o seu próprio avatar, e ao longo das etapas poderia aplicar os conhecimentos adquiridos em um jogo, fazendo investimentos, deixando seu personagem mais rico, podendo também perder dinheiro na renda variável, o que deixaria a dinâmica mais real.

IV. Use uma metodologia de ensino baseada em problemas

Essa metodologia foca na realização de atividades guiadas, fazendo com que os alunos resolvam problemas que podem encontrar no mundo real. Ela pode ser trabalhada com simulações através do design instrucional na educação. A situação acima do jogo de educação financeira é um exemplo, pois o aluno já se depara com os problemas que pode encontrar no mercado financeiro.

Não importa a área, sempre existem situações que podem  ser exploradas e resolvidas.

V. Utilize recursos multimídia

O design instrucional na educação pode explorar muitos recursos tecnológicos. Os conteúdos podem ser feitos para celulares, computadores, ou podem ser responsivos (se adaptando para diferentes aparelhos). Além disso, projetos específicos para realidade virtual e realidade aumentada podem ser implementados. Cabe ao designer instrucional e a instituição de ensino decidirem qual abordagem é a melhor para cada projeto.

A Inteligência Artificial não é uma ferramenta que pode ficar de fora, uma IA chatbot pode receber todo o conteúdo que os alunos terão contato e estará pronta para tirar dúvidas a qualquer momento. O próprio ChatGPT pode ser um auxílio, ou alguma IA mais personalizada como a Luri, da Alura, que está disponível para os assinantes nos cursos da plataforma.

Conclusão

O design instrucional na educação faz uma diferença impressionante no aprendizado dos estudantes. O conteúdo personalizado pode ajudar a melhorar notas, evitando recuperações e dependência, colaborando para um engajamento maior na jornada acadêmica, e como consequência uma gestão da permanência mais eficaz.

Além disso, usar essa metodologia no marketing de conteúdo da sua instituição é uma estratégia que pode influenciar muito seus resultados de captação de alunos.

Agora nos conte: a sua instituição de ensino já trabalha alguma das dicas que damos acima?

Considerações finais

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Para usar como referência acadêmica

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📌 Formato ABNT:

AMARAL, Matheus. Como o design instrucional na educação pode influenciar o aprendizado. Rubeus, 2024. Disponível em: https://rubeus.com.br/blog/design-instrucional-na-educacao/. Acesso em: XXXX. de XXXX.

📌 Formato APA:

Rubeus. 2024, 9 de julho. Como o design instrucional na educação pode influenciar o aprendizado. [Post da web]. Recuperado de https://rubeus.com.br/blog/design-instrucional-na-educacao/