A demanda para os profissionais da educação é altamente complexa. Todos os dias, gestores e equipes pedagógicas enfrentam o desafio de estruturar ações capazes de envolver os alunos de forma ativa no processo de ensino-aprendizado. Assim, para captar a atenção deles, é necessário entender como o cérebro humano funciona, e é aqui que a neuroeducação no processo de aprendizagem entra em ação. 🧠
Tempo aproximado de leitura: 6 minutos
Introdução
Como mencionamos em nosso conteúdo “Marketing Educacional persuasivo: 3 vieses cognitivos para elevar o marketing da sua IE”, a mente humana é altamente complexa e interfere significativamente na forma como produtos e serviços são percebidos, bem como na decisão do consumidor de adquiri-lo ou não.
Assim, partindo dessa perspectiva de complexidade e influência na decisão de compra, os neurocientistas passaram a estudar e explorar a biologia por trás de processos inerentes ao ser humano, tais como a formação de memórias, os processos criativos e a cognição social e emocional.
Além disso, podemos ter uma ideia do quão importante é estudar a mente humana e suas tendências de consumo a partir do momento em que começamos a perceber como pequenas ações são capazes de envolver os clientes e engajá-los em suas decisões de compra. Assim, no caso das instituições de ensino, influenciar positivamente os potenciais alunos para a efetivação de sua matrícula e os atuais alunos para um maior engajamento no processo de aprendizagem.
🤔 Mas como essas descobertas científicas podem ser traduzidas para o cenário educacional? É disso que se trata a neuroeducação. Em resumo, quando aplicada ao processo de aprendizagem, ela explora o funcionamento do cérebro e importantes funções cognitivas e comportamentais dos alunos.
Inicialmente, podemos ressaltar que o conceito chave da neuroeducação gira em torno do respeito à individualidade do aluno. Na prática, isso significa que cada um aprende de um jeito e segue o seu próprio ritmo. Ou seja, cada aluno é particularmente diferente e isso não deve ser visto de forma negativa, muito pelo contrário, deve ser uma variável explorada a favor do aprendizado do estudante.
Neste conteúdo, elencamos definições, aplicações práticas, dicas e materiais complementares. Tudo isso para ilustrar como a neuroeducação no processo de aprendizagem é capaz de influenciar o desempenho dos alunos. Vamos juntos?
Boa leitura e ótimos insights! 😊
O que é neuroeducação?
Em resumo, neuroeducação, neurodidática ou neurociência educacional consiste em uma disciplina que reúne especialistas de campos de estudos como Neurociência, Psicologia educacional e Tecnologia educacional, com o intuito de descobrir as ligações entre a educação e os processos cerebrais. 🧠
Apesar de ser uma disciplina relativamente nova, a neuroeducação no processo de aprendizagem é um campo de estudo extremamente desafiador e ambicioso, uma vez que atua com o objetivo de preencher estrategicamente “lacunas” que compõem o processo de ensino-aprendizagem.
A neuroeducação é uma abordagem interdisciplinar que visa a atuação conjunta de diferentes disciplinas com o intuito de promover um processo de aprendizagem mais efetivo.
Sendo assim, a neuroeducação é fruto da união de três grandes áreas do conhecimento humano: a Pedagogia, a Psicologia e a Neurociência.
Em resumo, a Pedagogia configura-se como a área de estudo que trata dos processos de aprendizagem e educação. Já a Psicologia trabalha a cognição e o comportamento humano. Por fim, a Neurociência explora o funcionamento do sistema nervoso central e suas influências no comportamento.
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Por que investir em ações de neuroeducação no processo de aprendizagem?
Conforme já mencionado acima, cada indivíduo é singular e possui uma essência única, isso nunca mudará. Cada um apresenta as suas funções neurais atuando e influenciando de um jeito particular, bem como aptidões cognitivas e processos comportamentais específicos.
Assim, de encontro a isso, temos o cenário educacional trabalhando a uniformização do processo de ensino, dentro e fora da sala de aula.
Alunos são classificados como “aptos” ou “não aptos”, “aprovados” ou “não aprovados”, precisam seguir o mesmo ritmo e, geralmente, um mesmo método de ensino. Ou seja, no ensino tradicional, a diferença entre um aluno, um indivíduo e outro, não são respeitadas.
Em resumo, a neuroeducação vem de encontro a essa perspectiva. Em sua essência ela busca reformular a maneira de atuar junto aos estudantes. Isto é, respeitar suas particularidades ao considerar as influências do sistema neural. Cada cérebro reage de um jeito diferente aos estímulos e isso o modifica a forma de assimilar o conteúdo.
Tudo isso, sem deixar de lado as influências ambientais, sociais e culturais vivenciadas por cada aluno. Além disso, nem precisamos mencionar que essas experiências também exercem influências significativas na forma como o mundo é percebido por cada um.
Benefícios da neuroeducação no processo de aprendizagem
Temos visto uma revolução na forma como o processo de ensino-aprendizagem tem sido realizado. Principalmente devido aos impactos causados pela pandemia, em que instituições de ensino tiveram que ser fechadas, os alunos vivenciaram uma nova forma de aprender. Agora, educação é sinônimo de inovação e metodologias ativas de ensino.
Isso significa que métodos mais antigos de ensino-aprendizagem, tais como a memorização, por exemplo, não parecem e não são mais aceitos como a melhor maneira de aprender. Sendo assim, os alunos querem experimentar coisas novas, querem viver na prática experiências inesquecíveis que agreguem valor a sua futura carreira profissional e pessoal.
Ademais, se analisarmos a Pirâmide de Glasser, podemos perceber, através de dados concretos, o porquê dessa modificação na preferência dos alunos pelas abordagens de ensino mais envolventes e ativas, observe:
Quando traduzida para a sala de aula, a neuroeducação envolve os alunos, pois respeita a individualidade de cada um. O resultado é uma maior motivação, sentimento que se relaciona diretamente com áreas do cérebro que auxiliam no processo de aprendizagem.
🧠 Ademais, cada cérebro é único e amadurece de forma diferente. Por isso, uma educação diferenciada deve ser oferecida a partir das habilidades e interesses de cada aluno.
Em resumo, dentre os muitos benefícios da neuroeducação no processo de aprendizagem, podemos destacar:
- Maior interação com outras pessoas;
- Imersão no processo de aprendizagem;
- Aulas mais atrativas e ativas;
- Experimentação livre e natural;
- Desenvolvimento de habilidades e competências;
- Enriquecimento da experiência e jornada do estudante;
- Protagonismo estudantil.
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Pilares didáticos para promover a neuroeducação no processo de aprendizagem
Em suma, a neurodidática baseia-se em quatro pilares. Abaixo elencamos cada um deles, observe:
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Plasticidade do cérebro
O cérebro possui capacidade adaptativa ao longo de sua vida. Portanto, através da estimulação correta, é possível gerar novas conexões neuronais.
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Neurônios “espelho”
Em resumo, este grupo de células nervosas é ativado quando observamos a forma como outras pessoas realizam uma determinada ação. Isso explica porque, muitas vezes, queremos imitar o comportamento do outro.
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Emoções
O cérebro precisa ficar emocionalmente envolvido para aprender. Assim, todo o aprendizado ligado às emoções será mais efetivo e envolvente. Aliás, aí está a explicação para técnicas como o Storytelling ser tão eficaz.
Além disso, já é comprovado que sentimentos como novidades, surpresa, curiosidade e criatividade alimentam as emoções e promovem uma aprendizagem mais duradoura e de maior qualidade.
👉 Sugestão de leitura complementar: “Criatividade em sala de aula: a importância de desenvolver essa habilidade”.
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Aprendizagem multissensorial
O cérebro é mais capaz de aprender mais rápido e de forma mais marcante se for estimulado pelos cinco sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar).
Por isso, o famoso “mão na massa” é capaz de aumentar consideravelmente o envolvimento e a fixação do conhecimento pelo aluno.
👉 Sugestão de leitura complementar: “O que é Learning By Doing e por que sua aplicação é tão eficaz?”.
Dicas para promover a neuroeducação no processo de aprendizagem
Os estudiosos da área sugerem que algumas práticas sejam adotadas nos processos de ensino. Abaixo elencamos algumas delas:
🤸 1. A atividade física e a recreação, reduzem o estresse, aumentam a neurogênese e estimulam o aprendizado.
😖 2. O estresse agudo e crônico tem um impacto negativo no comportamento e no aprendizado. Daí a importância de contar com um profissional capacitado nas instituições de ensino, tais como um psicopedagogo.
😓 3. Conteúdo excessivo e longos tempos de ensino saturam a memória, dificultando o processo de aprendizagem.
🎨 4. O treinamento artístico tem um impacto positivo na aprendizagem, tanto nas habilidades cognitivas quanto emocionais e sociais.
🎼 5. A utilização da música na educação é capaz de despertar sentimentos positivos, elevando a concentração ao mesmo tempo em que atua como uma fonte de relaxamento.
👉 Pegue dicas valiosas em nosso conteúdo: “A importância da música na educação: 6 benefícios de trabalhá-la em sua IE”.
🎲 6. Atividades como jogos de memória, palavras-cruzadas, exercícios práticos de raciocínio entre outras, são capazes de estimular as funções cognitivas, facilitando o processo de associação do conteúdo.
💬 7. Ambientes propícios para o diálogo e uma cultura metodológica adaptativa, influenciam significativamente a forma como o ensino é percebido.
Pegue dicas valiosas em nosso conteúdo: “Ensino humanizado: o que é e qual a sua importância”.
🧠 8. A memória não é fixa, mas maleável. Ou seja, para reter o aprendizado, é preciso prática contínua.
Considerações finais
Espero que as nossas dicas sobre neuroeducação no processo de aprendizagem tenham te inspirado! 😉
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🔗 Formato ABNT:
BRAGA, Paloma. Neuroeducação no processo de aprendizagem: benefícios e dicas. Rubeus, 2021. Disponível em: https://rubeus.com.br/blog/neuroeducacao-no-processo-de-aprendizagem/. Acesso em: XXXX. de XXXX.
🔗 Formato APA:
Rubeus. 2021, 20 agosto. Neuroeducação no processo de aprendizagem: benefícios e dicas. [Post da web]. Recuperado de https://rubeus.com.br/blog/neuroeducacao-no-processo-de-aprendizagem/