O mundo tem mudado bastante numa velocidade muito grande, principalmente quando se trata de tecnologia. E essas mudanças impactam muito a saúde mental de todos, talvez os resultados só ficarão claros com o tempo, mas já é possível identificar sinais. Por isso, neste conteúdo, vamos explorar como as instituições de ensino podem criar ações para promover o bem-estar e a saúde mental dos alunos! 💚🧠
Leitura: 6 minutos
Introdução: O que é bem-estar e saúde mental na vida acadêmica?
O bem-estar e a saúde mental são elementos fundamentais para o sucesso acadêmico e pessoal dos alunos. Enquanto o bem-estar abrange aspectos físicos, emocionais e sociais, a saúde mental envolve a capacidade de gerenciar emoções, lidar com desafios e manter relacionamentos saudáveis.
Sem esses pilares, o aprendizado pode ser prejudicado, afetando tanto o desempenho escolar quanto o desenvolvimento integral do estudante. Por isso, são temas que precisam de uma atenção constante dentro das instituições de ensino, e muitas vezes acabam ficando em segundo plano no dia a dia.
Neste conteúdo vamos analisar os principais desafios que atrapalham o bem-estar dos estudantes e estratégias para atuação. Vamos juntos?
Desafios para o bem-estar e saúde mental dos alunos
Esse tema não precisaria ser discutido se não houvesse causas e gatilhos que geram problemas para os alunos no aspecto emocional, não é mesmo? Então, vamos te mostrar os principais desafios que os alunos enfrentam e que a instituição deve ter em mente para ser capaz de dar um suporte humanizado.
1. Estresse acadêmico e provas
O alto volume de atividades e a pressão por boas notas tornam o estresse acadêmico um dos principais vilões da saúde mental dos alunos. Períodos de avaliação, como semanas de prova, são especialmente desafiadores, podendo causar esgotamento emocional e físico.
2. Bem-estar e saúde mental dos alunos: Bullying e relações interpessoais
O bullying continua sendo uma questão crítica, afetando diretamente a autoestima e a sensação de pertencimento dos estudantes. Relações interpessoais tóxicas no ambiente escolar podem agravar problemas emocionais e desencadear transtornos como ansiedade e depressão.
Esse é o problema mais comum na educação básica (ensinos fundamental e médio), porém, também é uma realidade dentro de instituições de ensino superior. Enquanto na infância e na adolescência costuma se manifestar por meio de violência física, no ensino superior se torna mais psicológico, verbal e está presente no ambiente on-line.
3. Distância da família e amigos
É comum que muitos alunos tenham que ir para outras cidades para que possam estudar. Alguns viajam todos os dias indo e voltando para casa, o que pode ser extremamente desgastante considerando os horários e a distância, enquanto outros precisam se mudar de fato para a cidade onde fica a instituição.
Para muitos universitários, a mudança para outra cidade ou estado representa uma ruptura significativa com sua rede de apoio. A saudade da família e dos amigos pode intensificar sentimentos de solidão, especialmente nos primeiros meses de adaptação.
4. Bem-estar e saúde mental dos alunos: Adaptação a uma nova rotina
Novos horários, exigências acadêmicas e responsabilidades podem ser avassaladores. Alunos enfrentam o desafio de equilibrar estudos, vida social e, em alguns casos, trabalho, o que aumenta o risco de sobrecarga.
5. Baixa qualidade de sono
A rotina intensa frequentemente prejudica a qualidade do sono. Noites mal dormidas não apenas afetam a saúde física, mas também amplificam sintomas de ansiedade, depressão e dificuldades de concentração, impactando diretamente no desempenho e no engajamento dos estudantes ao longo do tempo, o que pode levar até mesmo a evasão.
Sistemas de suporte multicamadas
Você já reparou que cada aluno tem necessidades diferentes? Uns tiram de letra os desafios, enquanto outros podem precisar de uma força extra em alguns momentos. É aí que entram os sistemas de suporte multicamadas – uma estratégia para oferecer o tipo certo de suporte para cada estudante, exatamente quando ele precisa.
Bem-estar e saúde mental dos alunos: O que são sistemas de suporte multicamadas?
Resumidamente, é como se fosse uma escadinha de suporte, com três níveis que vão de ações gerais para todos até um cuidado mais individualizado:
1. Primeira camada: o básico para todos
Aqui entram aquelas iniciativas que ajudam todo mundo, como criar um ambiente acolhedor, oferecer palestras sobre saúde mental ou atividades de relaxamento para a turma toda.
2. Segunda camada: um olhar mais atento
Para os alunos que começam a dar sinais de que algo não está bem – como muitas faltas ou queda no desempenho – é hora de dar um suporte mais direcionado. Grupos de apoio ou conversas em pequenos grupos podem ser super úteis.
3. Terceira camada: cuidado personalizado
Esse é o momento de olhar para quem precisa de uma atenção especial. Um acompanhamento psicológico ou até mesmo um plano de estudos ajustado podem fazer toda a diferença.
Como isso ajuda no bem-estar dos alunos?
Quando a instituição de ensino aplica esse tipo de estratégia, ela consegue:
- Identificar quem precisa de ajuda antes que o problema cresça.
- Criar um ambiente onde os alunos se sintam valorizados e apoiados.
- Deixar claro que o bem-estar deles importa – e muito!
NA PRÁTICA
As faculdades e universidades têm ampliado seus esforços para oferecer suporte à saúde mental dos estudantes, combinando programas de orientação, grupos de apoio e outras estratégias que promovem o bem-estar emocional.
Uma abordagem eficaz é a realização de campanhas que ajudam a reduzir o estigma em torno da saúde mental, tornando mais comum e aceitável buscar ajuda quando necessário. Essas ações não apenas normalizam a busca por suporte, mas também incentivam os estudantes a utilizarem serviços projetados para atender às suas necessidades, como workshops sobre gerenciamento de estresse ou sessões de aconselhamento presencial.
Além disso, as instituições podem colaborar com departamentos bem conhecidos e acessíveis no campus — como serviços estudantis, vida residencial, auxílio financeiro e espaços recreativos — para organizar atividades e disponibilizar recursos que desenvolvam habilidades práticas e emocionais. Por exemplo, workshops podem abordar temas como resiliência emocional e estratégias para lidar com a pressão acadêmica, ampliando o alcance das iniciativas de saúde mental.
Ao integrar esforços nacionais com programas locais personalizados, as faculdades e universidades têm o potencial de criar uma rede de apoio robusta, garantindo que os estudantes tenham o suporte necessário para enfrentar os desafios da vida acadêmica e além.
Estratégias para promover o bem-estar e saúde mental dos alunos
Agora que conhece os principais desafios, nada melhor do que saber as estratégias que a instituição deve colocar em prática para combatê-los e promover o bem-estar e a saúde mental dos alunos!
1. Criação de um ambiente escolar seguro e acolhedor
Escolas e universidades podem optar pela adoção de políticas que garantam um ambiente inclusivo, que abrace a diversidade, com foco no acolhimento e na prevenção do bullying. Espaços de escuta e reflexão podem ajudar os alunos a se sentirem mais conectados e seguros.
2. Educação emocional no currículo escolar
A inclusão de atividades que desenvolvam autoconhecimento, resiliência e empatia é essencial. Programas de educação emocional capacitam os alunos a gerenciar suas emoções e construir relações saudáveis.
Pense, se os próprios alunos aprenderem desde cedo formas de lidar com os desafios que enfrentarão ao longo da sua jornada acadêmica (contando desde o fundamental até o ensino superior), não vão apenas ter uma maturidade melhor e uma saúde mental mais robusta, como também saberão apoiar seus colegas em momentos difíceis.
Dessa forma, os próprios alunos serão capazes de “dividir” essa responsabilidade, tirando um peso que ficaria totalmente “nos ombros” da instituição de ensino.
“O grande ponto de encontro da saúde mental com a educação é o autoconhecimento. Primeiro a gente conhece a gente, para depois a gente conhecer o mundo.”
Nicole Fontes Lima, professora de Filosofia e Yoga
3. Acesso a recursos de apoio psicológico
A presença de psicólogos educacionais, ou psicopedagogos, é crucial para identificar sinais de adoecimento psíquico e oferecer suporte em momentos de crise, como durante as semanas de prova.
Um cenário que precisa mudar é a percepção que os alunos costumam ter dos psicólogos nas instituições de ensino. É comum que enxerguem a ida ao psicólogo como um ato punitivo, ao invés de acolhedor.
4. Envolvimento de pais e responsáveis
O diálogo entre instituição e família é absolutamente fundamental, principalmente na educação básica, mas não deve ser descartada nesses casos no ensino superior. Oficinas e eventos que promovam a conscientização sobre saúde mental podem fortalecer o apoio aos alunos, e são formas de trazer os responsáveis até a IE.
Estabelecer uma comunicação estratégica com pais e responsáveis para casos específicos também pode ser uma boa abordagem para trabalhar o tema.
5. Capacitação de professores
Como ficaria o papel dos professores nesse cenário? Eles devem ter o papel de identificar sintomas e dar um diagnóstico? Não, esse papel não cabe ao professor. Isso cabe ao profissional da área. Mas o professor pode aprender a identificar sinais.
Sabia que 50% dos transtornos começam por volta dos 14 anos? Além disso, alguns sinais de divergências no neurodesenvolvimento começam ainda na infância. Seria estratégico, portanto, trabalhar atividades que incentivem o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e promovam maior conhecimento sobre as principais doenças mentais que afetam os jovens. Isso pode impactar significativamente a vida do aluno, permitindo que iniciem tratamentos já nas fases iniciais.
🔗 Gostaria de saber mais sobre como trabalhar competências emocionais na escola? Temos um ótimo conteúdo sobre esse tema! Clique na imagem abaixo e confira:
O papel da tecnologia no apoio à saúde mental
É fato que a tecnologia, especificamente as redes sociais, está tendo um impacto negativo na saúde mental dos mais jovens. Isso está muito bem pontuado no artigo da Forbes sobre Brain Rot (ou Degeneração Cerebral causada pelas redes sociais).
Entretanto, é preciso saber que quase sempre existem 2 lados na mesma moeda, e a tecnologia também pode ser uma ótima aliada para as instituições quanto ao apoio ao bem-estar e à saúde mental dos alunos.
1. Ferramentas digitais para gestão de estresse e ansiedade
Aplicativos de meditação e Yoga, organização de tarefas (como Trello e Notion), jogos e estudos gamificados podem ajudar os alunos a gerenciar o estresse e a ansiedade de forma prática.
2. Cuidados e limites no uso de redes sociais
Embora úteis para manter conexões, as redes sociais podem amplificar sentimentos de inadequação e estresse. As instituições devem educar os alunos sobre o uso consciente dessas plataformas.
3. Plataformas de aprendizado
Permitir que o aluno estude no seu ritmo, de forma personalizada, é uma das melhores práticas que a tecnologia vem proporcionando nos tempos atuais. Aplicativos como Duolingo (idiomas) e Mimo (programação) ajudam os estudantes a gerenciarem seu tempo e também tornam os estudos mais divertidos, ajudando a aliviar o estresse, além de trabalhar com sistemas de recompensas!
4. Inteligência Artificial para suporte emocional
Ferramentas baseadas em IA, como chatbots terapêuticos e assistentes virtuais, podem oferecer apoio inicial em situações de ansiedade ou estresse, orientando os alunos a buscar ajuda especializada quando necessário. Exemplos incluem Woebot e Wysa.
🔗 Confira nosso blog post sobre os benefícios da Inteligência Artificial na educação:
Como medir o bem-estar e a saúde mental nas escolas?
Medir o bem-estar e a saúde mental dos alunos é essencial para entender os desafios enfrentados e desenvolver estratégias de apoio mais eficazes. Esse processo requer uma abordagem de gestão integrada, que combine métodos quantitativos e qualitativos, além da colaboração de toda a comunidade escolar.
1. Indicadores e avaliações de clima escolar
Uma forma de monitorar o bem-estar nas escolas é por meio de avaliações regulares do clima escolar. Ferramentas como questionários anônimos podem coletar dados sobre a percepção dos alunos em relação ao ambiente educacional, incluindo aspectos como:
- Sentimento de pertencimento: os alunos se sentem aceitos e valorizados?
- Qualidade das relações interpessoais: como é a interação entre colegas e professores?
- Nível de apoio emocional: os alunos percebem que têm acesso a ajuda quando necessário?
Indicadores de frequência escolar, notas e taxas de evasão também podem ser analisados como sinais indiretos de bem-estar emocional. Instituições que priorizam um clima escolar positivo tendem a observar menos conflitos e maior engajamento por parte dos estudantes.
2. Feedback dos alunos e da comunidade escolar
Além de dados estruturados, ouvir os alunos diretamente é uma maneira poderosa de identificar problemas e áreas de melhoria. Grupos de discussão, rodas de conversa, caixas de sugestões e pesquisas de satisfação podem oferecer insights valiosos sobre as necessidades emocionais e sociais dos estudantes.
É importante envolver também pais, professores e outros membros da comunidade escolar. Eles frequentemente observam comportamentos e mudanças nos alunos que podem não ser imediatamente visíveis dentro da sala de aula. Essa abordagem colaborativa cria uma visão mais holística do bem-estar na escola, permitindo a formulação de intervenções mais direcionadas.
A educação no pós-pandemia
A pandemia da COVID-19 foi um marco transformador na educação e na saúde mental dos alunos. O período de isolamento social, combinado com o ensino remoto, trouxe desafios sem precedentes, agravando questões já existentes e criando novas preocupações para instituições de ensino.
Antes da pandemia, já havia um aumento significativo nos casos de ansiedade, depressão e outros transtornos mentais entre crianças e jovens. Contudo, o pós-pandemia com o retorno às aulas presenciais revelou uma nova dimensão desse problema, com estudantes apresentando dificuldades de readaptação, aumento no índice de evasão escolar e maior incidência de problemas emocionais.
🔗 Confira nosso conteúdo detalhado com análises e ponderações sobre a educação pós-covid:
Conclusão
Por fim, podemos ressaltar que ter consciência dos problemas e conhecer a dimensão e seus impactos dentro da instituição é o primeiro passo para combatê-los.
Lembre-se, quando se trata de bem-estar e saúde mental dos alunos, mais do que nunca a instituição de ensino precisa ter uma atuação individualizada e preventiva.
Os alunos que estão passando por problemas, precisam reconhecer a IE como um ambiente de apoio e conforto, precisam se sentir abraçados.
Agora nos conte: como sua instituição tem trabalhado esse tema na prática?
Bem-estar e saúde mental dos alunos: Considerações finais
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Para usar como referência acadêmica
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📌 Formato ABNT:
VIEIRA, Bráulio. Promovendo o bem-estar e a saúde mental nas escolas. Rubeus, 2025. Disponível em: https://rubeus.com.br/blog/bem-estar-e-saude-mental—alunos/. Acesso em: XXXX. de XXXX.
📌 Formato APA:
Rubeus. 2025, 07 de janeiro. Promovendo o bem-estar e a saúde mental nas escolas. [Post da web]. Recuperado de https://rubeus.com.br/blog/bem-estar-e-saude-mental—alunos/