Entenda como o protagonismo do estudante é fundamental para a formação completa de alunos preparados e munidos de habilidades profissionais e pessoais. Além disso, encontre 8 ações inteligentes para trabalhar em sua instituição de ensino e incentivar o protagonismo estudantil. ✅
Tempo aproximado de leitura: 4 – 5 minutos
Introdução
O protagonismo do estudante configura-se como uma forma da instituição de ensino cooperar na prática com o desenvolvimento e a preparação do aluno em esferas importantes para a sua formação.
Ao incentivar o protagonismo do estudante, a instituição de ensino corrobora para a formação integral de seus alunos em diferentes aspectos como cognitivo, social e emocional.
Nosso assunto de hoje busca identificar como as IEs podem incentivar os estudantes a serem autores do seu processo de aprendizagem e como isso pode ser realizado na prática.
Boa leitura e ótimos insights! ✅
O que é protagonismo do estudante?
Também chamado protagonismo estudantil, esta prática consiste, como o próprio nome sugere, em colocar o aluno como protagonista da sua formação acadêmica e humana.
Quando a instituição de ensino trabalha sob a perspectiva de protagonismo estudantil, ela possui sua estrutura de gestão e operacionalização focada em iniciativas que permitem que os alunos tracem sua própria trajetória de aprendizado.
O ambiente que promove o protagonismo do estudante configura-se como um ambiente aberto. Ou seja, que incentiva o diálogo e a opinião, além do trabalho em equipe. Há também o incentivo aos alunos de “extrapolarem” os limites da sala de aula. Isso significa que eles são incentivados a explorarem recursos que cooperarão para o seu desenvolvimento. Livros, computadores e materiais de arte são exemplos.
Ademais, o senso de liberdade e a autonomia também são práticas desenvolvidas no protagonismo estudantil. Em resumo, o aluno enxerga-se como o fator principal, a “peça chave” para alcançar o seu sucesso acadêmico e, a longo prazo, o profissional.
Desenvolvimento integral do estudante
Ao colocar o aluno como autor de sua trajetória estimula-se o desenvolvimento intelectual e pessoal, ao mesmo tempo em que cultiva-se a construção de um indivíduo autônomo e com pensamento crítico.
Se você leu o blog post Ensino humanizado: o que é e qual a sua importância, certamente se lembra de que a formação humana dos alunos é tão importante quanto a formação acadêmica. Fato que comprova isso é a procura frequente, por parte dos empregadores, por pessoas que possuam não apenas Hard Skills, mas também Soft Skills condizentes com o clima organizacional da empresa.
HARD SKILLS NA EDUCAÇÃO:
Hard Skills – também chamadas habilidades técnicas – são conhecimentos técnicos adquiridos a partir de experiências técnicas e específicas que o indivíduo adquire ao longo de sua trajetória educacional.
Em síntese, elas podem ser originadas por cursos, livros, treinamentos, graduação, especializações etc.
Nem precisamos mencionar que essas habilidades técnicas são indispensáveis para um currículo rico e que, portanto, devem ser incentivadas e trabalhadas pelas instituições de ensino.
💡 Confira o nosso conteúdo e pegue dicas: Como trabalhar as hard skills na educação e auxiliar os alunos a desenvolvê-las?
SOFT SKILLS NA EDUCAÇÃO:
Soft Skills é um termo em inglês utilizado para se referir às habilidades emocionais, comportamentais e sociais dos indivíduos. Em síntese, são hábitos e traços pessoais que moldam a forma como a pessoa trabalha individualmente e em grupo.
Alguns exemplos de habilidades sociais incluem: adaptabilidade, atitude positiva, comunicação efetiva, confiabilidade, criatividade e inovação etc.
Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, as empresas estão em busca de profissionais que excedam as expectativas e os limites do seu cargo. Daí a importância de preparar o profissional desde a sua capacitação, como é o caso dos estudantes.
A importância da instituição praticar o protagonismo do estudante
AUTOCONHECIMENTO:
Quando a instituição de ensino norteia a rotina educacional tendo em vista o protagonismo do estudante, ela incentiva que os alunos se conheçam e descubram seus interesses acadêmicos e pessoais.
ORGANIZAÇÃO E PENSAMENTO CRÍTICO:
Ao trabalhar o protagonismo estudantil o aluno é a bússola do seu próprio processo de aprendizagem. Isso porque confia na capacidade do estudante de se organizar e tomar decisões. 🧭
CONHECIMENTO E NÃO APENAS A PRÁTICA DE “DECORAR O CONTEÚDO”:
Sabemos que a realidade em muitas instituições de ensino é a de que o aluno esquece rapidamente o conteúdo lecionado. Isso acontece pois, na verdade, ele nunca foi um aprendizado, e sim mais um conteúdo “decorado”.
O protagonismo do estudante inverte esse processo. Ao promover uma nova forma de aprendizado mais autônomo, ele incentiva o conhecimento e não apenas uma assimilação temporária.
INSTITUIÇÃO PERCEBIDA COMO REFERÊNCIA NO CENÁRIO EDUCACIONAL:
Instituições de ensino que praticam o protagonismo estudantil são percebidas como referência pelo seu público. Logo, elas tendem a ser muito valorizadas e disputadas pelos estudantes. Isso acontece justamente por atuarem de forma integral em sua formação. Portanto, se diferenciam em um mercado tão homogêneo.
Ademais, instituições que trabalham o protagonismo estudantil tende a ser um “divisor de águas” na formação acadêmica do aluno, pois proporciona uma base de ensino muito sólida e estratégica.
7 dicas de como promover o protagonismo do estudante em sua instituição de ensino
Em resumo, a instituição pode trabalhar diversas ações que promovem uma forma mais ativa e autônoma de aprendizagem. Veja alguma delas:
1. Protagonismo do estudante: Torne a rotina estudantil mais envolvente
Invista em eventos e novas formas de integrar e chamar seus alunos. Agenda cultural, eventos, seminários, feiras de talento e grêmio estudantil são ótimas formas de envolver os alunos na nova dinâmica escolar e fazê-los participarem de atividades extraclasse.
2. Ensine os alunos a se conhecerem e a lidarem com os sentimentos
Aprender habilidades socioemocionais é tão importante quanto aprender etapas básicas da educação como ler, escrever e realizar contas.
Em resumo, as competências socioemocionais, dentre todos os seus benefícios, trabalham a educação integral dos alunos, ensinando-os desde cedo o respeito ao próximo e a vida em comunidade.
Aliás, já é comprovado que quando expostos ao ensino de habilidades socioemocionais, tais como resolução de problemas, autocontrole, empatia e responsabilidade, os alunos demonstram um maior desempenho acadêmico.
Tá legal, mas como trabalhá-las? 🤔
Nós temos um conteúdo detalhado com dicas que podem te ajudar, confira-o:
3. Protagonismo do estudante: Incentive a colaboração entre os estudantes
Trabalhos em dupla ou em equipe são ótimas formas de promover a interação e o cooperativismo. Além de ser uma boa maneira de otimizar a distribuição do conteúdo a ser estudado.
Essa é uma das metodologias ativas mais comuns e faz parte da rotina de praticamente todas as IEs. Quando os alunos estão em contato com outros alunos é possível estimular uma maior participação, liderança e senso de responsabilidade.
4. Learning By Doing
O Learning By Doing consiste em uma técnica de aprendizagem que trabalha o “mão na massa”.
Essa metodologia possibilita o envolvimento ativo e fornece um aprendizado mais profundo, ressaltando o fato de que não há problema se o aluno cometer erros ao aprender, desde que aprenda com eles e assim, não volte a cometê-los.
5. Protagonismo do estudante: Pesquisa Exploratória
Este termo é usado para denotar experiências/projetos de serviço fora da sala de aula opcionais ou obrigatórios vinculados a cursos.
O local pode ser a comunidade mais ampla fora da instituição de ensino ou alguma que seja aceita pelas atividades extracurriculares.
Em síntese, nessas experiências os alunos participam de uma atividade de serviço organizada que atende às necessidades identificadas da comunidade e refletem sobre a atividade de serviço para entender melhor o conteúdo do curso e obter uma apreciação mais ampla da disciplina e um senso aprimorado de responsabilidade.
6. Inove dentro da sala de aula
A transformação digital chegou para ficar! A tecnologia já é realidade dentro e fora das salas de aulas e, sim, os seus alunos estão esperando por ela nas aulas.
Uma instituição de ensino bem equipada pode fazer a diferença na vida acadêmica de seu aluno. Portanto invista em tecnologias, recursos educacionais, laboratórios, bibliotecas e oportunidades que a sua instituição possa ofertar.⠀
REALIDADE AUMENTADA:
A realidade aumentada permite ver o ambiente da vida real bem à nossa frente com um aumento digital sobreposto.
Quando aplicada em sala de aula pode ser extraordinária e mais interativa, pois permite que os professores mostrem exemplos virtuais de conceitos e adicionem elementos de jogo para fornecer suporte ao material didático. Isso permitirá que os alunos aprendam mais rápido e memorizem informações.
METAVERSO:
Apesar de ser um tema muito recente, o metaverso promete revolucionar a forma como o aprendizado é trabalhado nas instituições de ensino, transformando o conteúdo lecionado em uma experiência imersiva e que rompe com os limites da sala de aula.
Confira o nosso conteúdo Metaverso na educação: entenda como a sua instituição de ensino pode se preparar e saiba mais!
PLATAFORMAS ADAPTATIVAS:
Em resumo, as plataformas adaptativas são um sistema educacional que permite a prática da aprendizagem adaptativa, ou seja, que se adequa à realidade de cada aluno.
Para isso, os melhores sistemas capturam dados refinados e usam análises de aprendizagem para permitir a adaptação humana das respostas.
7. Protagonismo do estudante: Aprendizagem Maker
A aprendizagem, cultura ou movimento Maker consiste em um processo no qual os estudantes criam, reinventam e/ou agregam novos sentidos a objetos “comuns”.
A cultura Maker segue a prática do “Faça Você Mesmo”, ou seja, incentiva o famoso “mão na massa”. Em suma, ela oferece uma abordagem transformacional para o ensino e a aprendizagem que atende às necessidades reais e relevantes dos alunos.
📝 Além das dicas acima, você pode apostar em ações como:
- Apresentação de seminários;
- Estudos de caso;
- Reserve um tempo para que os alunos relatem e exponham problemas, sob diferentes perspectivas, uns para os outros.
Pontos de cuidado ao aplicar o protagonismo do estudante na prática
Faça a sua equipe se sentir parte da mudança
Como vimos, toda a rotina da instituição irá requerer mudanças. Dessa forma, é primordial que toda a equipe escolar (professores, funcionários e diretores) esteja envolvida e comprometida com o processo.
Por isso, é fundamental ter reuniões periódicas para acompanhar os resultados e verificar a eficácia de cada abordagem.
Crie um projeto pedagógico inovador que valorize os estudantes
Ao optar pelo protagonismo estudantil, muito provavelmente, o projeto pedagógico da IE precisará sofrer alterações.
Portanto, a dica é: ao longo de todo o percurso de desenvolvimento, priorize e valorize o aluno. Considere, ao longo de todas as decisões, o fato de que o estudante deve ser o centro e que deve aprender a partir de experiências não apenas teóricas, mas também práticas.
Quebre o preconceito
Quebrar velhos paradigmas pode ser desafiador. Portanto, não tente fazer isso sozinho. Nesse momento, chame para perto alunos estratégicos, além dos pais e/ou responsáveis e da comunidade escolar como um todo. Trabalhe para conscientizá-los do quão benéfica será essa nova abordagem.
Organiza-se
Neste momento, antes de mais nada, você deve planejar. Como vimos, é importante mudar a forma como as salas são apresentadas, quais os recursos que serão disponibilizados, dentre outros. Por isso, planeje bem como será toda a logística dessa prática.
Os desafios do protagonismo do estudante
Assim como toda prática pedagógica, o protagonismo estudantil também envolve desafios, tais como:
1. Dificuldade de conectar conteúdos predeterminados pelos órgãos reguladores à rotina estudantil
Por envolver uma nova perspectiva de aprendizagem e abordagem junto aos alunos, torna-se um desafio conectar todos os conteúdos que devem ser lecionados de acordo com os órgãos regulamentadores. Isso porque algumas vezes será necessário um tempo maior ou uma dinâmica mais específica para incorporar o aprendizado de forma ativa.
2. Falta de preparação por parte dos professores
O que acontece é que, por ser uma maneira tecnicamente inovadora de ensino-aprendizagem, muitas vezes os próprios docentes não compartilham da vivência desse formato de gestão. Por isso, poderá ser necessário começar pela preparação a partir dos próprios professores.
3. Demanda tempo
Por envolver uma nova dinâmica e a quebra de paradigmas historicamente enraizados, a rotina do protagonismo estudantil demanda tempo. Por isso, poderá requerer também diversos ajustes.
Considerações finais
Espero que tenha gostado do nosso conteúdo! Se este material serviu para te inspirar, que tal compartilhá-lo com alguém?
Até a próxima!
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Para usar como referência acadêmica
Sim, além de aprender com esse conteúdo, você pode usá-lo em seus trabalhos acadêmicos:
– Formato ABNT:
AMARAL, Matheus. Protagonismo do estudante: o aluno como autor da sua trajetória. Rubeus, 2021. Disponível em: https://rubeus.com.br/blog/protagonismo-do-estudante/. Acesso em: XXXX. de XXXX.
– Formato APA:
Rubeus. 2021, 29 janeiro. Protagonismo do estudante: o aluno como autor da sua trajetória. [Post da web]. Recuperado de https://rubeus.com.br/blog/protagonismo-do-estudante/