O Novo Ensino Médio (NEM) entrou em vigor em 2022 e propõe alterações significativas para a última etapa da Educação Básica. Entenda agora quais as principais mudanças, objetivos e pontos relevantes! 🎯
Tempo aproximado de leitura: 5 – 6 minutos
Panorama geral
O ensino médio refere-se à etapa escolar oferecida após o ensino fundamental e antes do ensino superior opcional. Em resumo, ele configura-se como um momento intermediário. Isso porque o aluno está migrando de um estágio mais básico da educação para o ensino superior, momento no qual tomará uma das decisões mais importantes de sua vida: a escolha da profissão que seguirá.
Assim, por configurar-se como um momento crucial e decisivo, notou-se a necessidade de preparar os alunos de uma forma mais direcionada. Para isso, deve-se estruturar ações específicas que atuem neste momento de transição.
Ademais, tudo isso, somado às transformações que vêm emergindo no cenário educacional, expõem a necessidade de uma reestruturação do currículo acadêmico e das práticas pedagógicas atualmente adotadas.
Sendo sustentadas pela junção das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (DCNEM), da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as mudanças culminaram no Novo Ensino Médio (NEM).
O que é o Novo Ensino Médio?
A Medida Provisória, agora lei, que abarca o Novo Ensino Médio foi aprovada depois de 9 audiências públicas e 566 emendas realizadas por senadores e deputados.
Com o intuito de responder de forma simples o que é o Novo Ensino Médio, podemos resumir que ele consiste em uma reforma da grade curricular. Essa reestruturação foi aprovada através da Lei nº13.415/2017, sancionada no governo do ex-presidente Michel Temer.
Em resumo, a reforma implica em alterações nas Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Resultado? Mudanças significativas na forma como o ensino brasileiro está atualmente estruturado.
De acordo com o Portal do MEC (Ministério da Educação):
[…] “A Lei nº 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu uma mudança na estrutura do ensino médio, ampliando o tempo mínimo do estudante na escola de 800 horas para 1.000 horas anuais (até 2022) e definindo uma nova organização curricular, mais flexível, que contemple uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes, os itinerários formativos, com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional. A mudança tem como objetivos garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros e de aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade.”
O que muda com o Novo Ensino Médio?
Com o intuito de facilitar a compreensão das alterações, o MEC estruturou um conteúdo de perguntas e respostas para esclarecer as principais dúvidas.
Em suma, as mudanças propostas abarcam alterações em diferentes esferas:
– Parte comum a todos os alunos: a Formação Geral Básica deve contemplar todas as habilidades e competências que estão previstas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
– Parte mais flexível: é a parte de livre escolha do aluno. Ela é formada por itinerários formativos e unidades seletivas.
A seguir, detalhamos ponto a ponto o que realmente muda, veja:
⏰ Carga horária
Diferentemente do método tradicional de ensino no qual todos os alunos possuem um mesmo formato de ensino, com disciplinas iguais e obrigatórias, no Novo Ensino Médio, há mudanças profundas no que tange a personalização do estudo. Ou seja, a experiência acadêmica não limita-se a uma quantidade estabelecida de carga horária fixa.
Semelhante ao formato adotado em países como Estados Unidos e Finlândia, as mudanças viabilizam que o aluno tenha liberdade de escolha entre as áreas do conhecimento. Isto é, ele fica livre para escolher as matérias/disciplinas que mais deseja se aprofundar ao longo dos anos.
Em suma, com essa mudança objetiva-se que os alunos saiam do teórico e tenham uma ideia mais clara e direcionada do que realmente desejam para o futuro. Ou seja, é uma forma de prepará-los, fazendo com que saiam da sala de aula com um preparo mais técnico e profissional. E, consequentemente, mais preparados para as demandas do mercado de trabalho.
Para que isso fosse possível, a carga horária foi adaptada. Definiu-se um total de 3.000 horas, distribuídas ao longo dos anos. Resumidamente, ficou assim:
– 1.800 horas ficam direcionadas às disciplinas obrigatórias. Isso é, aquelas que são comuns a todos relacionadas às 4 áreas do conhecimento: Matemáticas e suas Tecnologias; Linguagens e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (Formação Geral Básica);
– 1.200 são de escolha do aluno, mediante seus possíveis interesses pessoais e profissionais (Formação Técnica e Profissional) .
🎯 Itinerários formativos
Uma vez entendido o novo formato da carga horária, podemos compreender melhor o que são os itinerários formativos.
Em resumo, eles se referem às 1.200 horas mínimas opcionais aos alunos, destinadas ao aprofundamento em áreas do conhecimento de seus interesses.
Os itinerários formativos podem auxiliar não somente aqueles que ainda não possuem ideia do que fazer em sua futura profissão, mas também aqueles que já tenham uma maior clareza sobre a área que deseja seguir profissionalmente.
De acordo com o Portal do MEC (Ministério da Educação):
“Os itinerários formativos são o conjunto de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho, que os estudantes poderão escolher no ensino médio. Os itinerários formativos podem se aprofundar nos conhecimentos de uma área do conhecimento (Matemáticas e suas Tecnologias, Linguagens e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas) e da formação técnica e profissional (FTP) ou mesmo nos conhecimentos de duas ou mais áreas e da FTP. As redes de ensino terão autonomia para definir quais os itinerários formativos irão ofertar, considerando um processo que envolva a participação de toda a comunidade escolar.”
Os eixos estruturantes são os responsáveis por organizar a abordagem de cada itinerário formativo. As categorias propostas pelo MEC incluem:
Em resumo, os eixos visam proporcionar um maior protagonismo do estudante, ao nortear os Itinerários Formativos. Eles visam envolver os alunos em situações de aprendizagem que os induzam a desenvolver conhecimentos, criar, intervir com a realidade a sua volta e empreender projetos presentes e futuros.
😃 Por ser um assunto extremamente rico, nós optamos por criar um novo conteúdo no qual detalhamos mais sobre os eixos estruturantes dos Itinerários Formativos. Nele, reunimos informações valiosas para a sua instituição de ensino. Vale a pena conferir!
📑 Projeto de Vida
Um dos principais objetivos do Novo Ensino Médio é proporcionar uma base mais fundamentada para que os alunos optem pela profissão que mais se identificam pessoal e profissionalmente. Portanto, é preciso proporcionar uma ponte que viabilize o contato com os mais diversos saberes. Dessa forma, torna-se possível facilitar a tomada de decisão.
Assim, com o Novo Ensino Médio torna-se obrigatório que as instituições de ensino desenvolvam o Projeto de Vida dos estudantes em todas as escolas. Em resumo, o objetivo é incentivar o desenvolvimento de determinadas habilidades, como trabalho em equipe, a compreensão e o domínio de tecnologias.
Sendo assim, é de responsabilidade da escola, trabalhar práticas e reflexões com o objetivo de contribuir para a elaboração do Projeto de Vida de cada estudante.
Em suma, o projeto de vida deve estar alinhado com as três dimensões inerentes ao planejamento de futuro: pessoal, profissional e social. O grande benefício dessa implementação é fomentar o protagonismo estudantil, contribuindo para o desenvolvimento do aluno.
👩💻 ENEM
O ‘’novo formato do ENEM’’ é um dos temas mais debatidos. Contudo, ainda não há nada definido. Já foi solicitado um documento junto ao INEP com a finalidade de orientar e servir de base para a matriz do exame nessa nova etapa.
Qual o objetivo do Novo Ensino Médio?
Agora que já respondemos à pergunta o que é o Novo Ensino Médio e quais as suas mudanças, podemos analisar mais detalhadamente qual o seu objetivo.
Em suma, ele tem como finalidade proporcionar um ensino de qualidade e mais igualitário. Para isso, pontos importantes serão trabalhados, tais como o protagonismo dos alunos, seus interesses e a preparação para a demanda requerida pelo dinamismo do mercado atual e, por fim, a adoção de novas tecnologias.
Dessa forma, um ponto importante diz respeito ao fato de que perante o novo modelo, as escolas possuem maior autonomia para definirem quais itinerários formativos desejam oferecer. Entretanto, vale a pena ressaltar que deve-se sempre levar em consideração uma grade curricular que estimule a participação da comunidade escolar.
Além disso, como vimos, as disciplinas de Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Matemática são obrigatórias.
Assim, frente às possíveis alterações, ainda em 2018 a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) homologou um documento que abarca as normas de aprendizagens fundamentais para o Ensino Médio.
Dessa forma, é de responsabilidade das instituições de ensino implementarem as diretrizes da reforma e da BNCC para o Novo Ensino Médio, sem perder de vista os prazos estabelecidos.
Considerações finais
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Até a próxima! 👋
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🔗 Formato ABNT:
ESTEVAM, Paloma. O que é o Novo Ensino Médio? Entenda, em 15 minutos, o que muda. Rubeus, 2021. Disponível em: https://rubeus.com.br/blog/o-que-e-o-novo-ensino-medio/ Acesso em: XXXX. de XXXX.
🔗 Formato APA:
Rubeus. 2021, 11 de maio. O que é o Novo Ensino Médio? Entenda, em 15 minutos, o que muda. [Post da web]. Recuperado de https://rubeus.com.br/blog/o-que-e-o-novo-ensino-medio/